A mudança no cenário da indústria do pepino em conserva

Eric Bal - Líder de Equipa de Investigação de Pepinos - visita a plantação de pepinos na sede da Rijk Zwaan na Holanda num dia ensolarado de outono. Este é o local onde começa a criação da maioria dos tipos de pepinos, como pepinos em conserva, longos, midi e mini pepinos. Ele examina a plantação com perícia, baseando-se em anos de experiência e conhecimento. Eric trabalha na Rijk Zwaan desde 1985, sempre no departamento de pepinos. Juntamente com Eric e a equipa de investigação, discutimos os desafios na criação de pepinos em conserva para a América do Norte.

“Liberdade e um alto nível de responsabilidade são palavras que me vêm à mente quando penso na Rijk Zwaan”, explica Eric. A Rijk Zwaan não só cuida bem da plantação, mas também prioriza seus funcionários e segue uma abordagem de baixo para cima. Há uma cultura de inovação, onde seus funcionários iniciam novas ideias e onde há espaço para desenvolver novas e melhores variedades. Juntamente com os outros departamentos, desde a Investigação até as Vendas, todos trabalham juntos para fazer de uma variedade um sucesso.

Não é surpresa que uma palavra-chave dentro da Rijk Zwaan seja trabalho em equipa. “Nos 38 anos que trabalhei aqui, nunca me aborreci. O trabalho, o que fazemos, é tão variado.” A Rijk Zwaan não fica parada, nem o mundo dos pepinos em conserva.

Inovações no segmento de pepinos em conserva

No passado, a gama de pepinos em conserva da Rijk Zwaan continha apenas variedades que eram vendidas principalmente na Europa, onde a cultura é conhecida como pepino em vez de pepino em conserva. Em 2005, a Rijk Zwaan comprou um pequeno programa de criação da Universidade de Wisconsin. Eric esteve envolvido neste negócio. Isso contribuiu para um gama melhorada de pepinos em conserva americanos, onde a Rijk Zwaan concentrou as suas forças, como precocidade, rendimento, excelente qualidade de processamento e variedades partenocárpicas. Todos os anos, 30% do faturamento da Rijk Zwaan é reinvestido em P&D. O que isso significa para o poder inovador da Rijk Zwaan em pepinos em conserva? “Isso significa que temos a oportunidade de investir em estufas melhores, ensaios de pesquisa e novos equipamentos melhorados. Além disso, começamos a trabalhar em vários mercados. Além de criar variedades para campo aberto, colheita manual e colheita mecanizada, também temos variedades para cultivo vertical, que é comum nos países dos Balcãs e na Índia. Podemos investir nesses diferentes mercados e garantimos que podemos oferecer as melhores variedades combinadas com características importantes, como a partenocarpia”, descreve Eric.

A partenocarpia é o futuro?

A Rijk Zwaan, atualmente, só obtém variedades partenocárpicas e deixou de obter novas variedades que necessitem de polinização, pelo menos no segmento de pepino para conserva. A partenocarpia pode ser definida como a produção naturalmente induzida de frutos sem polinização, o que dá origem a um fruto sem sementes. Lenaig Adam, Penélope (Penny) Enriquez Serna e Ramon de Bont são geneticistas da Rijk Zwaan de pepino para conserva, sediados na Holanda. Todos os três se concentram na característica partenocárpica, independentemente do seu segmento. Embora cada geneticista tenha o seu próprio foco específico em determinado segmento, o trabalho de equipa e a partilha de informações são a prioridade. Eles trabalham permanentemente em conjunto com colegas de investigação, para que os ensaios e testes possam ser avaliados em conjunto. A Rijk Zwaan ainda tem uma gama mais antiga no seu portfolio de variedades, que não é partenocárpica. Mas por que razão a Rijk Zwaan está focada principalmente em variedades partenocárpicas?

Lenaig sorri confiante, "simplesmente acreditamos que as variedades partenocárpicas têm um desempenho melhor". Penny e Ramon concordam imediatamente e acenam com a cabeça sem hesitar. No caso das variedades partenocárpicas, os produtores não dependem de polinizadores.

"Com uma variedade partenocárpica, a sua principal preocupação é manter as plantas saudáveis e dar uma boa adubação", explica Lenaig. Isso significa que a concorrência da Rijk Zwaan faz o mesmo na América do Norte? Enquanto as variedades polinizadas ainda estão disponíveis na América do Norte, na Europa, a maioria das empresas está concentrada apenas em variedades partenocárpicas. Penny, que obtém variedades principalmente para o mercado norte-americano, destaca um benefício adicional das variedades partenocárpicas, afirmando: "outra vantagem é a falta de sementes no produto final. Tomemos como exemplo as fatias usadas nas sandes de hambúrgueres. Quando a qualidade é tão boa quanto a nossa variedade Gershwin, podemos ter fatias perfeitas de picles."Quando Eric e Penny explicam como podem conquistar (potenciais) clientes para comprar variedades partenocárpicas no futuro, ambos dizem o mesmo: "venha ver! Converse com outros produtores e perceba o que eles pensam da partenocarpia e qual é a sua experiência."

Para o mercado norte-americano, a Rijk Zwaan concentra-se em variedades de colheita manual e mecânica. Uma característica importante, particularmente na colheita com máquinas, é a previsibilidade dos rendimentos e dos dias até a maturação. Esta é uma característica em que a equipa de melhoramento se concentra para a América do Norte e que melhorou consideravelmente desde as primeiras variedades.

"Um dia pode fazer uma grande diferença para os produtores americanos, por isso é tão importante ter um tipo de planta que se adapte à colheita mecânica. É nisso que estamos investindo", refere Penny. A colheita com máquinas pode resolver parcialmente um grande problema - a falta de mão de obra. Portanto, a colheita mecânica continuará a ser um aspecto importante agora e no futuro.